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OPINIÃO: Tarjas pretas


“A tarja preta, para os medicamentos, significa que é de uso controlado, por ser perigoso. Creio que caiu bem para Aécio, pois ele é perigoso para a democracia: não aceitou o resultado das eleições de 2014 e construiu em conjunto com outros comparsas o golpe de Estado”
A tarja preta é usada para identificar ou borrar identidades. Nos medicamentos, é usada para identificar. Quando diz respeito a uma criança, é usada para não identificar.
Os medicamentos são classificados com tarjas (coloridas) de cor diferente para indicar o grau de risco que o medicamento representa à saúde dos pacientes.
O medicamento de tarja vermelha deve ser vendido com receita, porque pode causar efeitos colaterais graves. Isso se a lei fosse cumprida. Como não é, as farmácias vendem à vontade, com algumas exceções, como os antibióticos.
A tarja preta significa que o medicamento é de uso controlado, por ser perigoso. Esse tipo de medicamento exerce ação sedativa ou estimulante sobre o sistema nervoso. São psicotrópicos que, com o uso prolongado, podem causar dependência.
A tarja amarela é usada para identificar os genéricos. Mas cuidado: há genérico de tarja preta e há também de tarja vermelha.
A tarja preta é usada para negar a identificação. Às vezes, quando assistimos a algumas reportagens, aparecem menores de idade em fotos ou filmes com os olhos tapados por uma tarja preta. Todos e todas sabem que isto é feito para preservar a identidade da criança ou adolescente.
Hoje, com o avanço da tecnologia, a tarja preta está sendo substituída pelo Photoshop, que borra o rosto todo. A TV, para não identificar uma pessoa, às vezes distorce também a voz.
No geral, cobrem-se os olhos porque eles são parte essencial na identificação de uma pessoa. Pode observar que quando alguém (seguranças, policiais, bandidos, etc.) não quer ser identificado, ou quer criar dificuldades para ser identificado, usa óculos escuros, mesmo que a luminosidade seja de baixa intensidade.
A tarja, agora, ganhou mais uma função: não identificar o Aécio Neves. Não porque ele é menor de idade, mas sim porque ele é um agente agressivo à saúde politica do cidadão, da cidadã e do Brasil.
Ou será que ele se considera um menor que supostamente está em conflito com a lei? Não, não é menor. Mas está em conflito com a lei.
Aécio Neves, senador do PSDB, um dos mais delatados – está presente em todas as listas de corruptos – entre os que têm mandato, pediu ao ministro Herman Benjamin, do Tribunal Superior eleitoral (TSE), que ocultasse toda e qualquer menção ao seu nome.
Benjamin não teve dúvidas – afinal é o Aécio Neves, o hipócrita e golpista, que de uma maneira geral o Ministério Público e o Poder Judiciário insistem em não querer investigar – e determinou que os trechos referentes ao senador tucano recebam uma tarja (imagino que preta) nas transcrições nos autos do processo que pede a cassação da chapa de Dilma Rousseff e Michel Temer.
Pede para tarjar sob a alegação que tal exposição pode causar “danos à imagem do PSDB e ao seu presidente, Aécio Neves”.
No atual momento, com o avanço da tecnologia, Aécio deveria ter pedido também a obrigatoriedade de que sua imagem, quando fosse veiculada, passasse a ser ser submetida a um tratamento no Photoshop e que sua voz também fosse distorcida.
Num paralelo com os medicamentos, Aécio Neves poderia usar as três faixas: vermelha, preta e amarela. Ele foi um dos principais articuladores do golpe, que trouxe danos ao país. Mas parece que a imprensa, ao fazer a critica, preferiu a tarja preta, pois é assim que têm sido publicadas suas fotos, com uma tarja preta sobre os olhos.
A tarja preta, para os medicamentos, significa que é de uso controlado, por ser perigoso. Creio que caiu bem para Aécio, pois ele é perigoso para a democracia: não aceitou o resultado das eleições de 2014, construiu em conjunto com outros comparsas o golpe de Estado, apoiou os crimes cometidos pelo Ministério Público e pela Justiça ao permitir e operar vazamentos seletivos.
Herman Benjamin, ministro do TSE, escancarou aquilo que já vem ocorrendo nos últimos anos: em toda denúncia que envolve alguém do PSDB é colocada, explícita ou implicitamente, uma tarja. Ela é então guardada em alguma gaveta, até a prescrição.
Foi o que ocorreu na semana passada. O ministro Edson Fachin mandou arquivar a investigação que era feita a partir da delação de Sérgio Machado por ter sido prescrita após ficar na gaveta de Janot.
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SOBRE O AUTOR

Dr. Rosinha

* Médico, com especialização em Pediatria, Saúde Pública e Medicina do Trabalho, destacou-se como líder sindical antes de se eleger vereador, deputado estadual e deputado federal. Também foi presidente do Parlamento do Mercosul (Parlasul). Exerce o quarto mandato na Câmara dos Deputados, pelo PT do Paraná.
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Fonte http://congressoemfoco.uol.com.br/opiniao/colunistas/tarjas-pretas/

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